Um estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 20 de janeiro de 2023, revela que mulheres ganham menos que homens em 82% das áreas de atuação no Brasil. A pesquisa analisou 357 setores laborais, identificando que apenas em 18% das categorias as mulheres têm salários iguais ou superiores aos dos homens, mesmo em profissões tradicionalmente femininas como Saúde e Educação.
Os dados do IBGE, baseados no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do ano anterior, excluem microempreendedores individuais e se concentram em empregados com carteira assinada. A disparidade é evidente em diversas áreas: na Medicina Humana e Serviços Sociais, as mulheres recebem R$ 725,64 a menos que os homens; na Educação Secundária, a diferença é de R$ 232,82. No setor imobiliário, a lacuna chega a R$ 476,64.
Em média, as remunerações femininas são 17% inferiores, com mulheres ganhando R$ 3.241,18 contra R$ 3.791,58 dos homens. Em contrapartida, algumas esferas apresentam números mais favoráveis às mulheres, como organizações internacionais onde elas ganham 47,7% a mais.
Diferenças Salariais nos Grandes Agrupamentos Econômicos
Analisando os vinte principais grupos econômicos segundo a classificação oficial brasileira (CNAE), constatou-se que as mulheres são menos remuneradas em dezessete desses conjuntos. O campo financeiro se destaca nesse cenário, com homens ganhando 68,7% a mais que as mulheres.
O estudo também aponta para uma correlação entre o tamanho da empresa e os salários pagos. Empresas maiores tendem a oferecer remunerações mais altas, com uma média de R$4.528, enquanto negócios menores pagam aproximadamente três vezes menos. Além disso, a formação acadêmica amplia o gap salarial: profissionais graduados têm rendimentos muito superiores aos não graduados.
No contexto geral da economia brasileira em 2022, aproximadamente nove milhões de empresas formais empregavam sessenta e três milhões de pessoas. Enquanto o setor comercial lidera em número de postos de trabalho, na distribuição salarial perde para o setor industrial e público. Áreas como educação sobressaem pela presença de profissionais especializados e setores como hospedagem e construção civil registram maior participação operacional sem instrução avançada.
Tópico | Dado | Detalhe |
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Disparidade Salarial | 82% dos setores | Mulheres ganham menos que homens |
Exemplos de Setores | Medicina e Educação | R$ 725,64 e R$ 232,82 a menos, respectivamente |
Média Nacional | Remuneração das Mulheres | 17% inferior (R$ 3.241,18) |
Setor com Maior Lacuna | Manufatura de mídias | 309,4% de diferença |
Exceções | Organizações Internacionais | 47,7% mais para mulheres |
Impacto da Formação | Graduados vs Não Graduados | Salários até 3 vezes maiores |
Estrutura Empresarial | Comércio vs Indústria/Setor Público | Menor remuneração no comércio |
Com informações do site G1.