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Efeito contágio pode gerar novos ataques a escolas, alerta especialista

ataques a escolas

No dia 5 de abril de 2023, uma creche em Blumenau (SC) foi alvo de um ataque violento, resultando na morte de quatro crianças. Especialistas alertam que esse tipo de ação pode gerar o chamado “efeito contágio”, aumentando a probabilidade de outros ataques semelhantes ocorrerem.

Ataques relacionados às subculturas extremistas online

Segundo pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Michele Prado, o ataque em Blumenau parece estar relacionado às subculturas extremistas online, que planejavam atentados simultâneos. Prado destaca que há uma “janela de efeito contágio” que dura cerca de 13 ou 14 dias após um ataque ser divulgado pela mídia.

No mesmo período, um atentado a uma escola em São Paulo deixou uma professora morta e quatro pessoas feridas. Conforme a especialista, esse atentado foi amplamente comemorado nas subculturas extremistas online, fato que pode ter influenciado o agressor em Blumenau.

Delegado-geral afirma não haver indícios de coordenação por redes sociais

Porém, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou em coletiva de imprensa que não há indícios de que o ato tenha sido coordenado por outras pessoas por meio de redes sociais ou plataformas virtuais.

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Aumento de casos de ataques é reflexo da falta de perspectiva dos jovens

Segundo levantamento feito por Michele Prado, houve 22 ataques em escolas entre outubro 2002 e março 2023 no Brasil, e nos últimos dois anos já foram registrados mais ataques do que nos 20 anos anteriores. A maioria dos agressores são jovens brancos do sexo masculino.

Para o professor da Faculdade de Educação da USP, Daniel Cara, o aumento de casos de ataques é reflexo da falta de perspectiva dos jovens na sociedade atual. Ele destaca a emergência do discurso de ódio e a cultura do racismo e exaltação de símbolos neonazistas e fascistas como fomentadores desses atentados.

Divulgação de imagens do agressor pode potencializar “efeito contágio”

Cara defende que são necessárias políticas públicas para enfrentar esse problema complexo e multifatorial, como monitoramento do discurso de ódio na internet, campanhas de conscientização sobre ataques nas escolas, formação para prevenção a eles e protocolos para lidar com os ataques.

A especialista Michele Prado alerta para o fato de que a divulgação de imagens do agressor ou das cenas do ataque pela mídia pode potencializar o “efeito contágio”. O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, reforça a importância de não divulgar imagens do agressor. “Isso pode estimular outras pessoas a cometerem crimes semelhantes”, afirma.

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As autoridades locais estão trabalhando na investigação do caso e pedem que a população colabore com informações que possam ajudar na identificação do agressor.

Data 5 de abril de 2023
Local Creche em Blumenau (SC)
Vítimas 4 crianças mortas
Causa Ataque violento
Aumento de ataques 22 ataques em escolas entre outubro 2002 e março 2023 no Brasil, com mais ataques nos últimos 2 anos do que nos 20 anos anteriores
Perfil dos agressores Jovens brancos do sexo masculino
Causas do aumento de casos Falta de perspectiva dos jovens na sociedade atual, discurso de ódio, cultura do racismo e exaltação de símbolos neonazistas e fascistas
Recomendações dos especialistas Monitoramento do discurso de ódio na internet, campanhas de conscientização sobre ataques nas escolas, formação para prevenção a eles e protocolos para lidar com os ataques

Com informações de https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3g6967q55yo

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