Pela primeira vez na história do Brasil, as mulheres assumiram a liderança em quase metade dos domicílios do país. De acordo com o último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2022, 49,1% das moradias são comandadas por elas. Esta mudança, publicada em uma sexta-feira, dia 25, representa uma evolução marcante em relação à década passada e coloca em evidência a transformação da estrutura familiar e social nas diferentes regiões brasileiras.
Os números são um reflexo da crescente autonomia feminina e da mudança de paradigmas sociais. Enquanto na última década as mulheres chefiavam 38,7% dos lares, agora aproximam-se da paridade com os homens, que lideram 50,9% dos domicílios. Os dados coletados pelo IBGE mostram uma realidade particularmente distinta no Nordeste do Brasil, onde a presença feminina no comando dos lares é preponderante em oito dos nove estados.
O estado de Pernambuco destaca-se com o maior índice de domicílios chefiados por mulheres, atingindo 53,9%. Além disso, houve uma inversão significativa entre as populações pardas e brancas em posições de liderança nos lares: pela primeira vez, a população parda ultrapassou a branca nesse aspecto.
Novos Contornos da Família Brasileira
O cenário habitacional brasileiro revela também outros contornos da família contemporânea. O número de casais homoafetivos vivendo juntos teve um aumento expressivo, saltando de cerca de cinco mil para trezentos e noventa mil em doze anos. Esse avanço reflete um reconhecimento maior e maior visibilidade das uniões homoafetivas na sociedade.
A diversidade é cada vez mais presente nas dinâmicas familiares e nas características sociais e raciais dos cidadãos brasileiros. O Censo Demográfico aponta ainda para um decréscimo na média nacional de pessoas por residência, um indicativo importante para compreender as tendências recentes no estilo de vida e na organização espacial da população.
Outro dado relevante identificado pela pesquisa é que mais da metade dos brasileiros reside próximo ao litoral, o que reforça a concentração populacional nessas áreas. Esse fator impacta diretamente em políticas públicas voltadas para urbanização, infraestrutura e uso da terra, sendo fundamental para o planejamento do desenvolvimento sustentável dessas regiões críticas.
Tópico | Dados | Detalhes |
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Comando dos lares | Mulheres: 49,1% | Homens: 50,9% | Equidade no comando dos lares brasileiros em 2022 segundo o IBGE. |
Comparação com década passada | Mulheres: 38,7% (década passada) | Evolução significativa no comando feminino dos domicílios. |
Predominância no Nordeste | Maioria dos estados com mais lares chefiados por mulheres | Destaque para Pernambuco com 53,9%. |
Liderança nos domicílios | População parda ultrapassa a branca | Mudança significativa na liderança doméstica em 2022. |
Casais homoafetivos | De 5 mil para 390 mil casais | Crescimento em 12 anos reflete maior reconhecimento. |
Decréscimo de indivíduos por residência | Redução na média nacional | Tendências recentes no modo de vida e organização espacial. |
Habitação próximo ao litoral | Mais da metade dos brasileiros | Concentração populacional e impacto em políticas de desenvolvimento sustentável. |
Com informações do site O Globo.