Um projeto revolucionário na Universidade Estadual do Piauí (Uespi) está focado em melhorar a qualidade de vida das crianças com paralisia cerebral. A iniciativa consiste no desenvolvimento de um dispositivo remoto que permite a interação e o estímulo dessas crianças com brinquedos convencionais, oferecendo benefícios terapêuticos cientificamente comprovados.
Esse trabalho é resultado da colaboração entre professores dos cursos de Fisioterapia, o Núcleo de Formação e Pesquisa em Energias Renováveis e Telecomunicações do Piauí (Nufperpi) e o Núcleo de Biotecnologia do Colégio Amazonas. O projeto foi um dos primeiros colocados em um edital específico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi), sendo reconhecido como uma contribuição importante para as regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Esse projeto se torna ainda mais relevante na área da saúde considerando que o último censo do IBGE revelou que 10,8% da população no estado do Piauí possui algum tipo de deficiência, sendo esse índice o terceiro mais alto no país, atrás apenas de Sergipe (12,1%) e Ceará (10,9%). No Brasil, estudos mostram que a cada 1.000 crianças nascidas, sete são diagnosticadas com paralisia cerebral. A comunidade científica concorda que essa condição apresenta desafios significativos no tratamento físico e cognitivo dessas crianças. A fisioterapia é fundamental para estimular o progresso e a independência delas, e uma das melhores formas de estimulação é através da brincadeira.
No entanto, a falta de brinquedos adaptados às necessidades específicas dessas crianças dificulta a participação delas nesse tipo de atividade. Com isso em mente, o professor Juan de Aguiar, coordenador do Nufperpi, e sua equipe estão desenvolvendo um dispositivo remoto que possibilitará a fácil adaptação dos brinquedos convencionais para atender às particularidades de cada criança. Esse aparelho permitirá que elas acionem os brinquedos e aproveitem a interação, estímulo e diversão que a brincadeira proporciona. Essa iniciativa certamente trará melhorias significativas na qualidade de vida, saúde e bem-estar emocional dessas pessoas.
É importante ressaltar que várias associações de pessoas com deficiência já demonstraram interesse na aquisição desses dispositivos quando eles estiverem prontos. Isso ocorre porque muitos dos aparelhos existentes atualmente são extremamente caros e só estão acessíveis para indivíduos de alta renda. Além disso, os Centros de Reabilitação do estado não possuem esses dispositivos. Diante dessa realidade, a Uespi tem como objetivo principal tornar esses dispositivos disponíveis em centros públicos, beneficiando diretamente crianças e pessoas de baixa renda.
A ideia de doar esses dispositivos para associações reforça o aspecto social do projeto, tornando-o um importante aliado na promoção da inclusão e igualdade de oportunidades. A coordenadora do projeto, professora Olívia Mafra, explica que através desse projeto financiado pela Fapepi, eles conseguirão produzir esses dispositivos e entregá-los às crianças com paralisia cerebral na Sociedade de Apoio ao Deficiente Físico (Soadf). Dessa forma, a ciência e a extensão se unem em benefício da comunidade.
A Uespi investirá cerca de R$ 30 mil nesse projeto, permitindo que os materiais cheguem às pessoas de baixa renda e também sejam doados para instituições públicas. A Soadf, uma instituição filantrópica que atende cerca de 30 crianças com diferentes graus de comprometimento neurológico, ficará responsável por receber esses dispositivos. Essas crianças são provenientes de famílias carentes, que não pagam pelo atendimento nem precisam do Sistema Único de Saúde (SUS) para serem atendidas.
A Uespi oferece atendimento às segundas, quartas e sextas-feiras, em par.
Projeto | Universidade | Benefícios |
---|---|---|
Desenvolvimento de dispositivo remoto para crianças com paralisia cerebral | Universidade Estadual do Piauí (Uespi) | – Melhorar qualidade de vida – Estímulo e interação com brinquedos convencionais – Benefícios terapêuticos comprovados |
Colaboração | Financiamento | Objetivo |
– Professores dos cursos de Fisioterapia – Núcleo de Formação e Pesquisa em Energias Renováveis e Telecomunicações do Piauí (Nufperpi) – Núcleo de Biotecnologia do Colégio Amazonas | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) | – Contribuição importante para as regiões Norte e Nordeste – Disponibilizar dispositivos em centros públicos – Inclusão e igualdade de oportunidades |
População com deficiência no Piauí | Desafios da paralisia cerebral | Dispositivos atuais |
– 10,8% da população – Terceiro índice mais alto no país | – Tratamento físico e cognitivo – Estimulação através da brincadeira | – Caros e inacessíveis para baixa renda – Ausência em Centros de Reabilitação |
Doação de dispositivos | Investimento da Uespi | Atendimento na Soadf |
– Associações de pessoas com deficiência interessadas – Promoção da inclusão e igualdade de oportunidades | R$ 30 mil | – Instituição filantrópica – Atendimento a crianças carentes |
Com informações de https://www.pi.gov.br/noticias/pesquisa-desenvolvida-na-uespi-possibilita-interacao-e-estimulo-de-criancas-com-paralisia-cerebral/