O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou na noite desta terça-feira (27) o julgamento da ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível. O processo se baseia na acusação de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Um dos eventos citados é uma reunião realizada por Bolsonaro com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada em julho do ano passado, na qual ele difamou as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro.
A sessão desta quinta-feira iniciou com o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves, a favor da inelegibilidade de Bolsonaro. Em seu voto, o relator destacou os seguintes pontos:
- Discurso violento e difamação: O ministro afirmou que não se pode fechar os olhos para os efeitos antidemocráticos de discursos violentos e mentiras que comprometem a credibilidade da Justiça Eleitoral.
- Objetivos eleitorais: Segundo Gonçalves, a reunião teve finalidade eleitoral, com intenção de influenciar o eleitorado e a opinião pública utilizando recursos públicos do cargo presidencial.
- Vantagem eleitoral: O relator ressaltou que Bolsonaro tirou vantagem eleitoral ao realizar essa reunião antes do início da propaganda eleitoral oficial, permitindo uma maior projeção midiática dos temas abordados durante sua campanha.
- Papel de um presidente: O ministro destacou que é responsabilidade do presidente da República zelar pelo exercício livre dos poderes constituídos e pela segurança interna, enfatizando que Bolsonaro violou esses deveres.
Gonçalves também mencionou que as declarações de Bolsonaro durante a reunião influenciaram o eleitorado, intensificaram as tensões institucionais e alimentaram a crença infundada de que as eleições poderiam ser fraudulentas. Ele ainda apontou que essas declarações banalizaram o golpismo, representado por uma proposta de intervenção no TSE encontrada na residência do ex-ministro da Justiça.
O ministro concluiu que Bolsonaro foi o único responsável pelo conteúdo da reunião, sem envolvimento de ministérios ou outros órgãos governamentais. Além disso, destacou que as informações falsas disseminadas por Bolsonaro comprometeram a credibilidade do sistema eletrônico de votação e beneficiaram sua candidatura.
Por fim, Gonçalves ressaltou que Bolsonaro distorceu suas funções ao fazer referência às Forças Armadas como se estivesse à frente delas, ignorando a conquista democrática após o regime ditatorial.
O relator apresentou argumentos sólidos indicando possíveis irregularidades cometidas pelo ex-presidente durante essa reunião com embaixadores estrangeiros. Agora cabe aos demais ministros do TSE avaliarem essas evidências e decidirem sobre a inelegibilidade de Bolsonaro. O resultado desse julgamento terá um impacto significativo na vida política do país e no futuro eleitoral do ex-presidente.
Fatos importantes |
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TSE retoma julgamento da ação que pode tornar Bolsonaro inelegível |
Acusação de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação |
Reunião de Bolsonaro com embaixadores difamou urnas eletrônicas e sistema eleitoral |
Relator vota a favor da inelegibilidade de Bolsonaro |
Ministro destaca discurso violento, objetivos eleitorais e vantagem eleitoral de Bolsonaro |
Bolsonaro violou deveres do presidente e influenciou eleitorado |
Declarações banalizaram o golpismo e comprometeram credibilidade do sistema eletrônico de votação |
Julgamento busca analisar comportamentos e declarações de Bolsonaro |
Resultado terá impacto significativo na vida política do país e no futuro eleitoral de Bolsonaro |
Com informações de https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/06/27/julgamento-de-bolsonaro-no-tse-veja-os-principais-pontos-do-voto-do-relator.ghtml