O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (22) manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, mesmo diante da pressão do governo para redução dos juros. Desde que Lula tomou posse, essa é a segunda vez que os juros são mantidos no patamar atual, o maior desde 2016.
O colegiado enfatizou a deterioração das expectativas de inflação e disse que irá perseverar até se consolidar não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O BC reforçou ainda que se manterá vigilante avaliando se a estratégia prolongada de manutenção da taxa básica será capaz de assegurar a convergência da inflação.
O mercado financeiro já esperava essa decisão e segundo o boletim Focus divulgado pelo BC na última segunda-feira (20), essa era a expectativa unânime entre os analistas consultados. A autoridade monetária ponderou que a recente reoneração dos tributos sobre combustíveis reduziu a incerteza quanto ao resultado das contas públicas no curto prazo, porém, por outro lado, há uma demanda maior para atenção na atuação diante da volatilidade nos mercados financeiros e piora nas expectativas de inflação.
Os temores com uma crise de crédito se intensificaram diante de turbulências provocadas no ambiente internacional pela falência do SVB (Silicon Valley Bank), nos EUA, e pela crise do Credit Suisse, na Europa. Além disso, há um cenário doméstico com uma política de juros altos que pode gerar uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária.
No cenário de referência do Copom, as projeções para este ano subiram de 5,6% para 5,8%. Para 2024, o colegiado elevou a previsão para 3,6%. No horizonte móvel, vê-se uma projeção acumulada em 12 meses no terceiro trimestre em 3,8%. Ao todo foram 12 aumentos consecutivos entre março de 2021 e agosto do ano passado com elevação em 11,75 pontos percentuais. Desde então houve o choque mais agressivo desde a adoção do sistema de metas para inflação em 1999. Em maio deste ano haverá nova reunião para avaliar o patamar da taxa básica.
Notícia | Comitê de Política Monetária mantém a taxa básica de juros em 13,75% ao ano |
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Data | 22 de março de 2022 |
Impacto | Pressão do governo para redução dos juros |
Contexto | Segunda vez que os juros são mantidos no patamar atual desde que Lula tomou posse |
Expectativa | Manutenção da taxa básica era a expectativa unânime entre os analistas consultados |
Projeções | Projeções para este ano subiram de 5,6% para 5,8%. Para 2024, o colegiado elevou a previsão para 3,6% |
Observações | Autoridade monetária se manterá vigilante avaliando se a estratégia prolongada de manutenção da taxa básica será capaz de assegurar a convergência da inflação |
Com informações de https://www.noticiasaominuto.com.br/economia/2002400/bc-mantem-juros-em-13-75-rebate-lula-e-nao-descarta-nova-alta-ante-incerteza