No dia 19 de abril, em todo o Brasil, povos indígenas celebram sua luta por maior valorização e visibilidade. A data foi escolhida em homenagem ao primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado em 1940, no México. Na ocasião, foi criado o Instituto Indigenista Interamericano com o objetivo de promover a proteção e bem-estar dos povos originários das Américas.
O recém-divulgado Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe novos dados que revelam um aumento significativo da população indígena no país. Atualmente, cerca de 1.652.876 indígenas vivem no Brasil, representando um aumento de aproximadamente 84% em relação ao último censo, realizado em 2010, quando havia apenas 896.900 pessoas (817.900 identificadas como indígenas).
Esse crescimento acompanha a crescente valorização dos povos originários pela sociedade brasileira e o reconhecimento do governo sobre a importância dos indígenas para a educação, saúde e demarcação de terras.
A presidência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), agora liderada por Joenia Wapichana, e a nomeação de Ricardo Weibe Tapeba como Secretário Especial de Saúde Indígena (Sesai) evidenciam a maior representatividade indígena nos setores governamentais, marcando uma nova época para os povos originários. A conquista dessas posições é vista como um importante reconhecimento desses povos que sempre tiveram os mesmos direitos que qualquer outro cidadão brasileiro, sem distinção de qualquer natureza.
De acordo com o professor Danilo Silva Guimarães, há um grande movimento de valorização das origens dos povos indígenas nos últimos anos, como uma resposta aos diversos ataques sofridos pelos seus direitos. As pessoas estão buscando mais suas raízes culturais, conferindo visibilidade à presença indígena nos contextos urbanos, aldeias e em todo o território brasileiro, apesar da existência de resquícios de concepções atrasadas sobre esses povos que ainda os inferiorizam.
A importância da luta por visibilidade e valorização
A professora Lucia Helena Rangel, pesquisadora no campo da Etnologia Indígena, confirma que ainda existe um fundamento de menosprezo por parte da população em relação aos indígenas. No entanto, a situação começa a mudar à medida em que os próprios indígenas se organizam e ganham força para colocar a visibilidade desses problemas na pauta da sociedade. Desde 1970, eles têm conquistado cada vez mais espaço político e isso se reflete na melhoria das condições de vida dos povos originários.
Em síntese, a valorização dos povos indígenas tem sido uma importante discussão nos últimos anos no Brasil, marcada pela crescente participação de líderes indígenas na política governamental. É fundamental que essa mudança não seja apenas uma fase, mas sim algo duradouro e constante. O reconhecimento desses povos como parte da nação brasileira é importante para a luta contra ideias ultrapassadas e preconceituosas.
O que? | Números do Censo Demográfico de 2022 sobre indígenas no Brasil |
Quantos? | Cerca de 1.652.876 indígenas, um aumento de 84% em relação ao último censo em 2010 |
Destaque | A crescente valorização dos povos originários pela sociedade brasileira e o reconhecimento do governo sobre a importância dos indígenas na educação, saúde e demarcação de terras |
Representatividade | Joenia Wapichana é a nova presidente da Funai e Ricardo Weibe Tapeba é o novo Secretário Especial de Saúde Indígena (Sesai) |
Por que é importante? | Valorizar os povos indígenas como parte da nação brasileira e lutar contra ideias ultrapassadas e preconceituosas |
Com informações de https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2023/04/19-de-abril-povos-indigenas-lutam-por-mais-visibilidade-e-valorizacao