A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, no dia 5 de junho, o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV, chamado cabotegravir, para ser usado como profilaxia pré-exposição (PrEP) e direcionado à prevenção de possíveis infecções pelo vírus da aids. Essa é uma grande conquista, já que atualmente não existe uma vacina disponível e o tratamento contra o HIV é realizado por meio de uma combinação diária de dois comprimidos.
Cabotegravir: o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV
Uma das principais vantagens do cabotegravir em relação ao coquetel de remédios é sua forma injetável, que permite um tempo de ação prolongado. As duas primeiras doses devem ser aplicadas em um intervalo de quatro semanas, e após esse período, os pacientes recebem uma injeção a cada oito semanas, reduzindo o uso da medicação para seis vezes ao ano.
Os Estados Unidos e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já haviam aprovado o uso do medicamento em 2021. Além disso, Austrália e Zimbábue também avaliaram o uso da medicação injetável.
O cabotegravir foi testado clinicamente em homens que fazem sexo com homens, mulheres trans e mulheres nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Com eficácia de 69%, mostrou-se mais eficaz do que os comprimidos disponíveis no mercado atualmente.
Desafios e progressos na luta contra o HIV no Brasil
Embora os tratamentos antirretrovirais tenham ajudado a reduzir o número de casos de aids no Brasil, o número de diagnósticos teve um aumento de 198% em todo o país, de 13,7 para 40,9 mil. No mesmo período, entretanto, os casos de aids caíram de 43,2 mil para 35,2 mil em 2021. De acordo com dados do Ministério da Saúde, um milhão de brasileiros convivem com o vírus HIV. Em todo o mundo, mais de 38 milhões são considerados infectados pelo programa das Nações Unidas para a aids.
Embora a aprovação do cabotegravir pela Anvisa represente um marco importante na luta contra o HIV e a aids, ainda não há uma data definida para sua comercialização nas redes públicas ou privadas. O Ministério da Saúde precisa estudar a incorporação do medicamento na rede pública brasileira.
Espera-se que a incorporação do cabotegravir no Sistema Único de Saúde (SUS) ocorra em breve, já que o medicamento injetável deve reduzir a necessidade do uso diário para apenas seis vezes ao ano, o que permitiria uma maior adesão ao tratamento preventivo contra a doença.
Notícia |
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Primeiro medicamento injetável que previne contra HIV é aprovado pela Anvisa |
Medicamento chamado cabotegravir é utilizado como profilaxia pré-exposição (PrEP) |
Cabotegravir é mais eficaz do que os comprimidos disponíveis no mercado atualmente |
As duas primeiras doses devem ser aplicadas em um intervalo de quatro semanas, após esse período os pacientes são instruídos a receber uma injeção a cada oito semanas |
Ainda não há data definida para comercialização |
Número de diagnósticos teve um salto de 198% em todo o país |
Um milhão de brasileiros convivem com o vírus HIV |
Com informações de https://www.dw.com/pt-br/brasil-aprova-primeira-inje%C3%A7%C3%A3o-contra-o-hiv/a-65890349