“Mudar foi um desafio. Sempre é. Cada guinada é como um golpe naquele eu que você já não é mais. É crescimento, é parto, é nascimento. É, por amor próprio, voltar-se contra si mesmo.”
Hoje, acordei com uma missão: postar o meu primeiro texto na Revista Meu Piauí.
Até ontem, eu já tinha tudo pronto. Era só acordar, tomar café, dengar minha filha e logo mais apertar algo entre cinco e sete teclas no computador. E pronto.
Mas comecei o dia com outra idéia na cabeça. Descartei o texto que havia escrito, em que eu me apresentava, e resolvi falar com você sobre… mudar.
No final do ano passado, eu encerrava uma trajetória de 10 anos como proprietário de uma gráfica em Teresina.
Quem já empreendeu sabe o quanto de sonhos e de nossa identidade depositamos no negócio. E comigo não foi diferente.
Abracei todas as alegrias e dificuldades, sonhei alto, tropecei, reinventei a empresa algumas vezes, aproveitando as oportunidades que surgiam.
O que antes era um escritório com alguns computadores e sala de reunião, transformou-se num parque gráfico semi-industrial com equipamentos de toneladas.
Parecia conquista, mas faltava algo. Demorou para eu perceber que era justamente a minha identidade. Eu havia me transformado também em máquina. Eu rangia e produzia automaticamente como os monstrengos cinzentos de chapa de aço.
Com o susto da pandemia, seus efeitos na empresa e na minha pessoa, vi-me maturando a ideia de mudar, de tentar de novo.
Medos e incertezas jogaram-se aos meus pés implorando para que eu não ousasse arriscar. Vacilei, dei muitos passos para trás e acabei me jogando.
Ainda sinto o frio na barriga. Ainda desconfio que estou mais caindo que voando, mas tomaria essa decisão quantas vezes ela, magicamente e por acaso, fosse apresentada a mim.
Mudar foi um desafio. Sempre é. Cada guinada é como um golpe naquele eu que você já não é mais. É crescimento, é parto, é nascimento. É, por amor próprio, voltar-se contra si mesmo.
Eu tomei essa decisão e aqui estou, dando início a um projeto que havia sonhado há tempos, a Revista Meu Piauí.
Neste espaço, sei que muitas vezes vou errar. Faz parte. Não garanto português impecável, muito menos imparcialidade. Não sou, nem quero ser, máquina. Não mais.
Vim para viver os dias, suas cores e angústias, pintar um quadro daquilo que me maravilha e me assombra, apresentar para você aquilo que vejo e sinto, como vejo e como sinto.
E se posso prometer algo, é apenas sinceridade.
Seja bem-vindo. É um prazer tê-lo aqui.
Tenha um bom dia! De verdade.